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ESSE BLOG TÊM O OBJETIVO DE TRAZER ATÉ VOCÊ, O DIA-A-DIA DE NOSSA IGREJA, ALÉM DE TRAZER PALAVRAS DE AMOR E EDIFICAÇÃO PARA SEU CORAÇÃO!!!

IGREJA A VOZ DE CRISTO - OLINDA

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Uma Igreja Comprometida com o Reino de Deus

PR JOÃO E SUA ESPOSA IR MARILUCE

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PROGRAMAÇÃO OFICIAL DA IGREJA A VOZ DE CRISTO - ATUALIZADA

Segunda: Dia do Culto nos Lares

Terça: Culto na Congregação do Pb. Jacy Valentim às 19:30hs

Quarta: Culto de Oração e Doutrina - Ig Voz de Cristo em Olinda às 19:30hs

Quinta: Culto na Congregação do Pr. João Evangelista às 19:30hs

Sexta: Círculo de Oração 09:00hs as 16:00hs e Culto da UNIFEM às 19:00hs

Sabado: Não tem programação Oficial

Domingo: Escola Bíblica Dominical - 9:00hs
Evangelismo - 14:00hs
Culto Evangelistico - 19:00hs

OBS:
* 3º Domingo de cada mês - Culto das Primicias.
* Último Domingo de cada mês - Santa Ceia.
* Último sábado de cada mês temos Culto Jovem.
* Todo penúltimo sábado temos Culto de Missões.
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RESPONSAVEIS PELO BLOG

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SEM.VICENTE LEÃO

sexta-feira, 26 de junho de 2009

COMPREENDENDO MELHOR A PALAVRA DE DEUS


EXISTEM MITOS NA BÍBLIA?



(Elias e os profetas de Baal, Julius Schnorr)



Os liberais sempre estiveram certos. Há mitos na Bíblia. Mitos eram abundantes no mundo religioso do Antigo Oriente ao redor de Israel, bem como nas religiões à época da Igreja apostólica do primeiro século. Por conseguinte, os escritores bíblicos registraram vários deles em suas obras.

No Antigo Testamento encontramos vários desses mitos. Há a crença dos cananeus de que existiam deuses chamados Astarote, Renfã, Dagom, Adrameleque, Nibaz, Asima, Nergal, Tartaque, Milcom, Astarote, Renfã e Baal. Sobre este último, há o mito de que podia responder com fogo ao ser invocado por seus sacerdotes. Há também o mito egípcio de que o Nilo, o sol e o próprio Faraó eram divinos; o mito filisteu do rei-peixe Dagom; e que o Deus de Israel precisava de uma oferta de hemorróidas e ratos de ouro para ser apaziguado. Para não falar do mito cananeu da Rainha dos Céus, que exigia incenso e libações (bolos) dos adoradores (Jeremias 44.17-25).

Outro mito na Bíblia é que o sol, a lua e as estrelas eram deuses, mito esse que sempre foi popular entre os judeus e radicalmente combatido pelos profetas (IIReis 23.5,11; Ezequiel 8.16). O mito pagão de monstros e serpentes marinhas é mencionado em Jó, Salmos e Isaías, em contextos de luta contra o Deus de Israel, em que eles representam os poderes do mal, os povos inimigos de Israel (Jó 26.10-13; Salmos 74.13-17; Isaías 27.1). A lista é enorme. Há muitos mitos espalhados pelos livros do Antigo Testamento.

O livro de Jó cita mitos de outros povos, como Rahab e Leviatã, mas não podemos imaginar que o autor, por isto, esteja dizendo que os aceita como verdade. Os profetas, apóstolos e autores bíblicos se esforçaram por mostrar que os mitos eram conceitos humanos, falsos, e em chamar o povo de Deus a submeter-se à revelação do Deus que se manifestou poderosa e sobrenaturalmente na História. Eles sempre estiveram empenhados em separar mitologia de história real, e invenções humanas da revelação de Deus. Elias desmitificou Baal no alto do Carmelo.

Moisés também desmitificou o Nilo, o sol e o próprio Faraó, provando, pelas pragas que caíram, que a divindade deles era só mito mesmo. E quando ele queimou o bezerro de ouro e o reduziu a cinzas, desmitificou a idéia de que foi o bovino dourado quem tirou o povo de Israel do Egito. O próprio Deus se encarregou de derrubar o mito de Dagom, rei-peixe dos filisteus, quando a sua imagem caiu de bruços diante da Arca do Senhor e teve a cabeça cortada (ISamuel 5.2-7).



Mitos no Novo Testamento...
(Apocalipse, Gustav Doré)

No Novo Testamento, o apóstolo Paulo se refere por quatro vezes aos mythoi (grego). Mitos são estórias profanas inventadas por velhas caducas (ITimóteo 4.7), que promovem controvérsias em vez da edificação do povo de Deus na fé (ITimóteo 1.4). Entre os próprios judeus havia muitas dessas fábulas, histórias fantasiosas (Tito 1.14).

E já que as pessoas preferem os mitos à verdade (IITimóteo 4.4), Timóteo e Tito, a quem Paulo escreveu essas passagens, deveriam adverti-las, e eles mesmos deveriam se abster de se deixar envolver nesses mitos.

A advertência era necessária, pois os cristãos das igrejas sob a responsabilidade deles vinham de uma cultura permeada por mitos. O próprio Paulo se deparou várias vezes com esses mitos. Uma delas foi em Listra, quando a multidão o confundiu, juntamente com Silas, com os deuses do Olimpo e queria sacrificar-lhes (Atos 14.11). Outra vez foi em Éfeso, quando teve de enfrentar o mito local de que uma estátua da deusa Diana havia caído do céu, da parte de Júpiter, o chefe dos deuses (Atos 19.35).

Em todas essas ocasiões, Paulo procurou afastar as pessoas dos mitos e trazê-las para a fé na ressurreição de Jesus Cristo. De acordo com Paulo, mitos são criações humanas, oriundas da recusa do homem em aceitar a verdade de Deus. Ao rejeitar a revelação de Deus, os homens inventaram para si deuses e histórias sobre esses deuses, que são as religiões pagãs (Romanos 1.17-32). Pedro também estava perfeitamente consciente do que era um mito.

Quando ele escreve aos seus leitores acerca da transfiguração e da ressurreição de Jesus Cristo, faz a cuidadosa distinção entre esses fatos que ele testificou pessoalmente e mithoi , “fábulas engenhosamente inventadas” (2Pe 1.16). Ele sabia que a história da ressurreição poderia ser confundida com um mito, algo inventado espertamente pelos discípulos de Jesus. Ao que parece, Paulo e Pedro, juntamente com os profetas e autores do Antigo Testamento, estavam perfeitamente conscientes da diferença entre uma história real e outra inventada.

Dizer que os próprios autores bíblicos criaram mitos significa dizer que eles sabiam que estavam mentindo e enganando o povo com estórias espertamente inventadas por eles. Seus escritos mostram claramente que eles estavam conscientes da diferença entre uma história inventada e fatos reais. Através da História, os cristãos têm considerado o mito como algo a ser suplantado pela fé na revelação bíblica, que registra os poderosos atos de Deus. Equiparar as narrativas bíblicas aos mitos pagãos é validar a mentira e a falsidade em nome de Deus. É adotar uma mentalidade pagã e não cristã.

Existe, naturalmente, uma diferença entre o mito neoliberal e os contos que aparecem na Bíblia. Há várias histórias na Bíblia, criadas pelos autores bíblicos, que claramente nunca aconteceram. Contudo, elas nunca são apresentadas como história real, como fatos reais sobre os quais o povo de Deus deveria colocar sua fé, mas como comparações visando ilustrar determinados pontos de fé, ou linguagem figurada. São as parábolas, os contos, como aquela história do espinheiro falante contada por Jotão (Juízes 9.7). Há também a poesia, quando se diz que as estrelas cantam de júbilo, que Deus cavalga querubins e viaja nas asas do vento. Os salmos contêm muito disso. Quando os neoliberais deixam de reconhecer a diferença entre mitos e gêneros literários que usam licença poética e linguagem figurada, fazem uma grande confusão.

Eu disse que a atitude dos profetas, apóstolos e autores bíblicos em relação ao mito foi de desmitificação . Eu sei que dizer isso é anacrônico, pois foi somente no século passado que Rudolph Bultmann propôs seu famoso programa de desmitificação da Bíblia. Ele achava que havia mitos na Bíblia e que era preciso separá-los da verdade. Mas, antes dele, os próprios profetas, apóstolos e autores bíblicos já haviam manifestado essa preocupação. É claro que eles e Bultmann tinham conceitos diferentes. Mas se ao fim o mito é uma história de caráter religioso que não tem fundamentos na realidade e que se destina a transmitir uma verdade religiosa, eles não são, de forma alguma, uma preocupação exclusiva de teólogos modernos.

Vejam então que o programa de desmitificação começou muito antes de Bultmann! Começa na própria Bíblia, que nos chama a separar a verdade do erro.

Por Augustus Nicodemus Lopes

Adaptado por Artur Eduardo
.:: www.artureduardo.com.br ::.

Fonte: Portal Vida Nova
EXISTEM MITOS NA BÍBLIA?



(Elias e os profetas de Baal, Julius Schnorr)



Os liberais sempre estiveram certos. Há mitos na Bíblia. Mitos eram abundantes no mundo religioso do Antigo Oriente ao redor de Israel, bem como nas religiões à época da Igreja apostólica do primeiro século. Por conseguinte, os escritores bíblicos registraram vários deles em suas obras.

No Antigo Testamento encontramos vários desses mitos. Há a crença dos cananeus de que existiam deuses chamados Astarote, Renfã, Dagom, Adrameleque, Nibaz, Asima, Nergal, Tartaque, Milcom, Astarote, Renfã e Baal. Sobre este último, há o mito de que podia responder com fogo ao ser invocado por seus sacerdotes. Há também o mito egípcio de que o Nilo, o sol e o próprio Faraó eram divinos; o mito filisteu do rei-peixe Dagom; e que o Deus de Israel precisava de uma oferta de hemorróidas e ratos de ouro para ser apaziguado. Para não falar do mito cananeu da Rainha dos Céus, que exigia incenso e libações (bolos) dos adoradores (Jeremias 44.17-25).

Outro mito na Bíblia é que o sol, a lua e as estrelas eram deuses, mito esse que sempre foi popular entre os judeus e radicalmente combatido pelos profetas (IIReis 23.5,11; Ezequiel 8.16). O mito pagão de monstros e serpentes marinhas é mencionado em Jó, Salmos e Isaías, em contextos de luta contra o Deus de Israel, em que eles representam os poderes do mal, os povos inimigos de Israel (Jó 26.10-13; Salmos 74.13-17; Isaías 27.1). A lista é enorme. Há muitos mitos espalhados pelos livros do Antigo Testamento.

O livro de Jó cita mitos de outros povos, como Rahab e Leviatã, mas não podemos imaginar que o autor, por isto, esteja dizendo que os aceita como verdade. Os profetas, apóstolos e autores bíblicos se esforçaram por mostrar que os mitos eram conceitos humanos, falsos, e em chamar o povo de Deus a submeter-se à revelação do Deus que se manifestou poderosa e sobrenaturalmente na História. Eles sempre estiveram empenhados em separar mitologia de história real, e invenções humanas da revelação de Deus. Elias desmitificou Baal no alto do Carmelo.

Moisés também desmitificou o Nilo, o sol e o próprio Faraó, provando, pelas pragas que caíram, que a divindade deles era só mito mesmo. E quando ele queimou o bezerro de ouro e o reduziu a cinzas, desmitificou a idéia de que foi o bovino dourado quem tirou o povo de Israel do Egito. O próprio Deus se encarregou de derrubar o mito de Dagom, rei-peixe dos filisteus, quando a sua imagem caiu de bruços diante da Arca do Senhor e teve a cabeça cortada (ISamuel 5.2-7).



Mitos no Novo Testamento...
(Apocalipse, Gustav Doré)

No Novo Testamento, o apóstolo Paulo se refere por quatro vezes aos mythoi (grego). Mitos são estórias profanas inventadas por velhas caducas (ITimóteo 4.7), que promovem controvérsias em vez da edificação do povo de Deus na fé (ITimóteo 1.4). Entre os próprios judeus havia muitas dessas fábulas, histórias fantasiosas (Tito 1.14).

E já que as pessoas preferem os mitos à verdade (IITimóteo 4.4), Timóteo e Tito, a quem Paulo escreveu essas passagens, deveriam adverti-las, e eles mesmos deveriam se abster de se deixar envolver nesses mitos.

A advertência era necessária, pois os cristãos das igrejas sob a responsabilidade deles vinham de uma cultura permeada por mitos. O próprio Paulo se deparou várias vezes com esses mitos. Uma delas foi em Listra, quando a multidão o confundiu, juntamente com Silas, com os deuses do Olimpo e queria sacrificar-lhes (Atos 14.11). Outra vez foi em Éfeso, quando teve de enfrentar o mito local de que uma estátua da deusa Diana havia caído do céu, da parte de Júpiter, o chefe dos deuses (Atos 19.35).

Em todas essas ocasiões, Paulo procurou afastar as pessoas dos mitos e trazê-las para a fé na ressurreição de Jesus Cristo. De acordo com Paulo, mitos são criações humanas, oriundas da recusa do homem em aceitar a verdade de Deus. Ao rejeitar a revelação de Deus, os homens inventaram para si deuses e histórias sobre esses deuses, que são as religiões pagãs (Romanos 1.17-32). Pedro também estava perfeitamente consciente do que era um mito.

Quando ele escreve aos seus leitores acerca da transfiguração e da ressurreição de Jesus Cristo, faz a cuidadosa distinção entre esses fatos que ele testificou pessoalmente e mithoi , “fábulas engenhosamente inventadas” (2Pe 1.16). Ele sabia que a história da ressurreição poderia ser confundida com um mito, algo inventado espertamente pelos discípulos de Jesus. Ao que parece, Paulo e Pedro, juntamente com os profetas e autores do Antigo Testamento, estavam perfeitamente conscientes da diferença entre uma história real e outra inventada.

Dizer que os próprios autores bíblicos criaram mitos significa dizer que eles sabiam que estavam mentindo e enganando o povo com estórias espertamente inventadas por eles. Seus escritos mostram claramente que eles estavam conscientes da diferença entre uma história inventada e fatos reais. Através da História, os cristãos têm considerado o mito como algo a ser suplantado pela fé na revelação bíblica, que registra os poderosos atos de Deus. Equiparar as narrativas bíblicas aos mitos pagãos é validar a mentira e a falsidade em nome de Deus. É adotar uma mentalidade pagã e não cristã.

Existe, naturalmente, uma diferença entre o mito neoliberal e os contos que aparecem na Bíblia. Há várias histórias na Bíblia, criadas pelos autores bíblicos, que claramente nunca aconteceram. Contudo, elas nunca são apresentadas como história real, como fatos reais sobre os quais o povo de Deus deveria colocar sua fé, mas como comparações visando ilustrar determinados pontos de fé, ou linguagem figurada. São as parábolas, os contos, como aquela história do espinheiro falante contada por Jotão (Juízes 9.7). Há também a poesia, quando se diz que as estrelas cantam de júbilo, que Deus cavalga querubins e viaja nas asas do vento. Os salmos contêm muito disso. Quando os neoliberais deixam de reconhecer a diferença entre mitos e gêneros literários que usam licença poética e linguagem figurada, fazem uma grande confusão.

Eu disse que a atitude dos profetas, apóstolos e autores bíblicos em relação ao mito foi de desmitificação . Eu sei que dizer isso é anacrônico, pois foi somente no século passado que Rudolph Bultmann propôs seu famoso programa de desmitificação da Bíblia. Ele achava que havia mitos na Bíblia e que era preciso separá-los da verdade. Mas, antes dele, os próprios profetas, apóstolos e autores bíblicos já haviam manifestado essa preocupação. É claro que eles e Bultmann tinham conceitos diferentes. Mas se ao fim o mito é uma história de caráter religioso que não tem fundamentos na realidade e que se destina a transmitir uma verdade religiosa, eles não são, de forma alguma, uma preocupação exclusiva de teólogos modernos.

Vejam então que o programa de desmitificação começou muito antes de Bultmann! Começa na própria Bíblia, que nos chama a separar a verdade do erro.

Por Augustus Nicodemus Lopes

Adaptado por Artur Eduardo
.:: www.artureduardo.com.br ::.

Fonte: Portal Vida Nova

segunda-feira, 22 de junho de 2009

O PERIGO DA MÁ INTERPRETAÇÃO BÍBLICA

JESUS ERROU AO FALAR SOBRE A SUA SEGUNDA VINDA?
Ilustração Gustav Doré

Desde cedo na caminhada cristã tenho percebido como é importante, no que se refere à interpretação bíblica, pararmos... mas, "pararmos" mesmo, e olharmos com um olhar investigativo e meticuloso sobre os textos em questão, inclusive os que contém muitos detalhes, pois de outra forma seremos contraproducentes na análise. Este é o problema, por exemplo, do mau entendimento da chamada "livre interpretação", apregoada por Lutero, e outros.

Alguns entendem que a livre interpretação é sinônimo de interpretação irresponsável. E, por quê estou usando esta terminologia? Porque quando não nos valemos dos ferramentais necessários à interpretação bíblica, corremos o risco concreto de cometermos falácias, e algumas das quais com consequências irremediáveis, para alguns.

Mas, isto é óbvio: Se a base de fé cristã está na Bíblia, e eu interpreto a Bíblia de uma forma particular, julgando-a (a forma) como cerreta, sem sequer o mínimo de acuidade interpretatitva, nem chegando a comparar minha forma de interpretação particular com outras que me circundam, corro o risco de destruir a minha própria fé, pois haverá questões "sem saída", ou outras que poderão me distanciar mais de Deus do que me afastar. Deus é essencialmente simples, e sua Palavra também. Mas, observe que falei essencialmente de propósito, pois os detalhes e particularidades de Deus e de sua Revelação podem ser extraordinariamente complexos, e aqueles que se aventuram a perscrutar seus pormenores precisam aprender a lidar com este fato.


Trabalhando com Apologética há algum tempo, confesso que me deparei com as mais estranhas e fascinantes questões que envolvem a interpretação bíblica. Desde as vociferações liberais às dúvidas, creio eu, sinceras de neo-pagâos que tentam olhar a Bíblia com um olhar místico e oculto. Dúvidas e asseverações de alguns cristãos católicos, que interpretam Lc 1:28 (palavras do anjo Gabriel a Maria) "Xaire kecharitômenê", como "Salve, (Maria) cheia de graça" (alguém que tem graça em si mesma), quando as duas palavras cuja raiz é "xaris", a primeira na voz ativa e a segunda na voz passiva, sinficando realmente "Alegra-te (voz ativa), favorecida (voz passiva)", indicando que Maria foi agraciada por Deus... e muito, e não tendo graça em si mesma; até outras asseverações de alguns grupos que se intitulam ´evangélicos´ e pregam, por exemplo, que Davi quando diz que nascera em pecado filho bastardo, fruto de uma união extraconjugal de sua mãe (?!?!?!?), dentre outas coisas mais... Tudo isto reforça a idéia de que precisamos de parâmetros para interpretar a Bíblia a fundo, e principalmente se a intenção é construirmos doutrinas e fundamentarmos nossa vida na Bíblia.



Recentemente, em um grupo de discussão na internet, uma determinada pessoa apresentou a seguinte questão: "Jesus e os apóstolos estavam errados quanto ao cumprimento das coisas mencionadas no sermão do Monte das Oliveiras durante aquela geração? Tudo que Cristo falou no sermão, pelo menos até o verso 34 se referia a eventos durante aquela geração, e não como se é pregado hoje, falando que serão futuros.". A questão gira em torno das declarações de Cristo sobre perguntas feitas pelos discípulos, em Mt. 24. Os três primeiros versículos deste capítulo são os seguintes:
"Tendo Jesus saído do templo, ia-se retirando, quando se aproximaram dele os seus discípulos para lhe mostrar as construções do templo. Ele, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada. No monte das Oliveiras, achava-se Jesus assentado, quando se aproximaram dele os discípulos, em particular, e lhe pediram: Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século.".
Após estas perguntas, Jesus inicia sua série de respostas, mas a questão apaprece, realmente, no final das respostas (vss 32-35):
"Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão. Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça. Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão.".

O problema, pois, torna-se óbvio. E, mais ainda, se você ler todo os versículos 4 ao 31, que falam de sinais, poderes dos céus abalados, falsos cristos, etc. O que vem a seguir é parte da explicação que dei à pessoa, na lista de discussão. Exponho a argumentação aqui pois penso que o assunto, mais do que nunca, é de grande valia aos entusiastas... tanto dos que apaixonadamente querem e tentam defender a fé cristã, na difícil tarefa que é a apoogética, quanto aos que veementemente fazem o oposto: militam por uma desconsideração total das verdades bíblicas. Permita-me dizer que, não somente pela fé mas pela experiência também, o trabalho destes últimos em nada, nunca, tem logrado êxito.

Resposta à questão relativa ao que Jesus dissera acerca de sua volta
Jesus se refere no versículo 2 que não sobraria "pedra sobre pedra do templo". Em seguida, os discípulos perguntam, no plural, quando aconteceriam "tais coisas" (e aí há muita confusão, vou explicar) e qual "o" sinal da vinda de Jesus. Jesus, pois, começa respondendo a segunda pergunta, falando-lhes do"s" "sinais" que antecederiam a sua vinda. No versículo 36, FALANDO AINDA DOS SINAIS QUE ANTECEDERÃO A SUA VINDA, E DA VINDA EM SI, Jesus afirma que ninguém sabe sobre aquele dia, senão o Pai (afirmando claramente que o fator tempo seria um mistério). A expressão "tudo isto", do versículo 34, pode ser traduzido (paspas tautas) por "algo deste tipo" ou "coisas assim".

Logo, quando Jesus fala, neste versículo, "Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que "paspas tautas ginomai" (algo deste tipo aconteça) ou algo destas coisas aconteçam, ele referia-se à destruição do templo, algo sobre o quê o os discípulos haviam perguntado no início, fato ocorrido no ano 70 d.C., ainda na geração dos dias de Jesus. Uma coisa, portanto, é a destruição do templo de Jerusalém. Outra é a data da sua vinda, e os eventos que antecederão a mesma. Em Lucas 21, o paralelo de Mateus 24, a história está melhor escrita, digamos assim. Lucas coloca a pergunta dos apóstolos, corretamente, no singular - "isto", para referir-se à destruição do templo de Jerusalém. (vs. 7). Os mesmos sinais são retratados, como em Mateus, com a particularidade de que Lucas registra algo peculiar, observe:


"20 - Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação. 21 - Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes; os que se encontrarem dentro da cidade, retirem-se; e os que estiverem nos campos, não entrem nela. 22 - Porque estes dias são de vingança, para se cumprir tudo o que está escrito. 23 - Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Porque haverá grande aflição na terra e ira contra este povo. 24 - Cairão a fio de espada e serão levados cativos para todas as nações; e, até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles. 25 - Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; sobre a terra, angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas; 26 - haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados. 27 - Então, se verá o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória.".


Aqui, portanto, temos a idéia mais clara de uma profecia de duplo cumprimento, como acontece em várias partes do AT e NT. O terror acontecido no sítio de Jerusalém, nos anos 69 e 70 d.C., com certeza absoluta, pré-figuravam eventos escatológicos que antecederão a vinda de Jesus Cristo. O sinal, portanto, no passado foi a destruição do Templo de Jerusalém, algo inconcebível à época, mas que concretizou-se, ficando como aviso às gerações cristãs futuras, para que permanecessem em vigilância.

A expressão usada em Lc 21:32 também pode ser traduzida por "algo deste tipo" ou "algo assim" aconteça. Como bem diz Strong, (não interpretanto o versículo, mas no Léxico que leva o seu nome, traduzindo a palavra "paspas", nem sempre ´tudo´ ou ´todos´ são realmente ´tudo´ ou ´todos´, na Bíblia. (Ex. "todos o seguiam", "toda a Judéia".. não eram, obviamente, "todos" os homens que seguiam a Cristo, nem "toda" a Judéia que foi vê-lo). Além deisto tudo, há a ainda a interpretação que afirma que "esta geração" refere-se à geração do tempo do fim, e alguns a crêem que a geração bíblica gira em torno de 100 anos. Não deixa de ser uma interpretação plausível, mas menos provável do que as que expus. Por algum tempo, pensei ser esta segunda interpretação melhor do que a primeira.. mas, não há como ganhar da exegese.


Por Pr. Artur Eduardo

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